História do Curso de Comunicação da FEC
Quem não gosta de saber a sua história? Quando e como nasceu?...
Esta é a história do Curso de Comunicação da Faculdade de Educação e Comunicação, da Universidade Católica de Moçambique, em Nampula.
A Faculdade de Ciências da Educação abriu as suas portas, solenemente, em Agosto de 1998. Nessa altura e em todo o País, não havia nenhuma instituição de Ensino Superior que formasse profissionais na área da Comunicação. A Escola de Jornalismo, sediada no Maputo, era a única instituição que formava profissionais da Comunicação, mas apenas de nível médio. Então, tendo em conta esta grande lacuna de formação profissional de nível superior nesta área tão importante das ciências, a Universidade Católica de Moçambique (UCM) pensou em introduzir, primeiro, o curso de Bacharelato em Comunicação e Recursos Humanos (BCRH) e, mais tarde, a Licenciatura em Comunicação Social (LCS).
É assim que, logo no ano lectivo de 1998/99, a Faculdade oferecia no seu currículo académico o curso de BCRH (1 ano propedêutico + 3 anos), tendo-se nele inscrito 14 estudantes. No ano seguinte, 1999/00, inscreveram-se no curso de BCRH 29 estudantes (16 Mulheres e 13 Homens).
Nesse mesmo ano de 1999/00, a Faculdade ofereceu o curso de LCS (1 ano propedêutico, + 3 anos: bacharelato, + 1 ano: licenciatura), tendo-se inscrito neste curso 23 estudantes (9 M e 14 H). Em 2000/01, eram já mais de 30 os estudantes que frequentavam cada um dos cursos de Bacharelato e Licenciatura. Neste mesmo ano, foram leccionadas as primeiras disciplinas específicas da Comunicação, a saber: Teorias da Comunicação e Informação, Comunicação Áudio-scripo-visual e Práticas de Comunicação Áudio-scripo-visual. Em termos de docentes, a Faculdade contava apenas com dois profissionais formados em Comunicação Social e com experiência em Jornalismo.
A partir de 2001/02 já não se aceitaram novos ingressos no curso de Bacharelato em Comunicação e Recursos Humanos.
Dada a procura e a própria relevância da Comunicação dentro da Faculdade, em 2003, a UCM alterou o nome da Faculdade de Ciências da Educação para Faculdade de Educação e Comunicação.
É óbvio que a Faculdade sendo tão jovem e os cursos estando no seu início sentia sérias dificuldades materiais, sobretudo no que dizia respeito à biblioteca e aos meios técnicos necessários para as aulas práticas ligadas à comunicação áudio-visual, nomeadamente Rádio e Televisão. No ano de 2000, graças ao esforço para modernizar a Faculdade, foram colocados os primeiros computadores à disposição dos estudantes, para a elaboração dos seus trabalhos académicos.
Em 2002, graduavam os primeiros 9 (6 H e 3 M) bacharéis do BCRH e, em 2003, os primeiros 9 (4 H e 5 M) bacharéis em Comunicação Social. Nos anos lectivos de 2003/04 e 2004/05, não se leccionou o quarto ano de Licenciatura em Comunicação Social, por o número de estudantes ser exíguo. Este veio a ter lugar em 2005/06, tendo frequentado o curso 31 (8 M 23 H) estudantes; e, no ano seguinte, em 2006/07, inscreveram-se no curso 47 (27 M 20 H) novos estudantes. Os primeiros 14 (4 M 10 H) licenciados em Comunicação Social graduaram em 2006.
O curso do Bacharelato passou por uma profunda revisão curricular, tendo em vista a introdução do novo método pedagógico de ensino-aprendizagem, designado Problem Based Learning (PBL) – Aprendizagem Baseada em Problemas, a partir do ano lectivo de 2004/05, em todas as Faculdades da Universidade Católica. Este método PBL, em comparação com o método clássico, é uma forma de ensino mais participativo, na medida em que obriga os estudantes a terem um papel de maior comprometimento e responsabilidade na evolução das actividades académicas, ao longo do seu processo de estudo.
Na tentativa de elaborar um currículo que formasse graduados competentes e no esforço de identificar as necessidades da sociedade e do mercado moçambicano, na área da Comunicação, em Maio de 2005, o Departamento de Comunicação da Faculdade levou a cabo uma pesquisa de mercado. Neste contexto e para garantir a prossecução deste objectivo, colocaram-se perguntas tais como: Quais competências necessitam os estudantes do curso de Comunicação para servir a sociedade moçambicana actual? Qual seria o papel da Faculdade de Educação e Comunicação da UCM no desenvolvimento destas competências? Que competências deve ter um graduado em Comunicação com grau de bacharelato em Moçambique, nas áreas de Jornalismo, Relações Públicas, Marketing e Publicidade e Comunicação para o Desenvolvimento (Comunicação Comunitária)? Até que ponto existe espaço no mercado moçambicano para os graduados com estas competências? Quais são as perspectivas a médio prazo (10 anos) de crescimento do mercado de emprego na área de Comunicação?
Resultado da conclusão da pesquisa, foram identificadas quatro áreas que passaram a ter no curso um peso curricular igual a 25 por cento cada uma, designadamente: Jornalismo, Relações Públicas, Marketing/Publicidade e Comunicação para o Desenvolvimento, na qual se destaca a área de Comunicação Comunitária.
A partir de 2007/08, a Licenciatura em Comunicação Social passa a designar-se por Licenciatura em Ciências da Comunicação, e, em 2009, dá-se início à Licenciatura com especialização em Relações Públicas.
Até 2009, estatisticamente, a Faculdade graduou um total de: 25 (13 H e 12 M) bacharéis em Comunicação e Recursos Humanos; 91 (49 H e 42 M) bacharéis em Comunicação Social; 49 (26 H e 23 M) bacharéis em Ciências da Comunicação; 63 (35 H e 28 M) licenciados em Comunicação Social; e 11 (6 H e 5 M) licenciados em Ciências da Comunicação.
Hoje, a Faculdade tem uma biblioteca com os livros essenciais e actualizados de todas as áreas disciplinares de Comunicação e de Educação, um magnífico Estúdio de Rádio Digital, e um Centro de Informática com acesso gratuito e permanente à Internet. Em termos de recursos humanos, o Departamento de Comunicação conta com um «staff» de sete docentes, a tempo inteiro, e vários colaboradores, a tempo parcial, formados em diversas áreas da Comunicação.
P. Arlindo Pinto